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Eu vi o medo em seus olhos menino,

Eu o vi nítido como o claro rebelde do sol

Minhas vertigens e meus sonhos nada foram

Até o momento em que deparei com o sorriso

Ofuscado pelo medo impreciso

Deixado nas recordações do dia seguinte

Vejo-me no espelho que somos

Ambos rindo dos tropeços que levantam

Meus discursos desequilibrados

Tem o crédito de aumentar sua dor

E a explicação poética da vida

Afirma meu desgosto de que não soubeste

Calar minha boca num beijo franco

Amável, suave e cedendo

Das explicações que não tivemos

Dos acasos que ocasionaram um encontro

E nos separam no desfalque das imperfeições

Vê menino, hoje não somos nada

Exceto o calor que nos uniu na noite embriagante

E a ressaca do fogo que nos consome

Somos cinzas que na noite desalmada

Se consolam num abraço de perdão.

M.E.