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Pois deixe-me ser mais do que o ar, mais do que penso ser..

solte minha alma como pomba a voar dentre o ar

e neste ar deixo me levar, o vento me busca

dentro de tudo o que quero alcançar, dentro do mar.

Mas ah! Quero apenas descansar na copa de uma árvore qualquer,

buscar inspirações de borboletas, mariposas e cigarras.

Nada melhor que um belo dia para por a mente no lugar, mas que lugar?

Nem meu corpo deve saber aonde eu deveria estar,

porém na sombra aqui estou, inspiração que me faltava

o brilho do olhar daquela moça, doce gosto do amargo…

O prazer do descaso que se fez em tudo isso,

mas ao menos aqui a grama não confunde, nem esconde

o que com olhos não consigo ver ou mesmo prever.

E o sol é apenas cruel, não a mistura de bondade…

Não um pecado em existência. Ah…esse pecado em que desejo viver,

essa dúvida, caminho sombrio que desejo percorrer…

Cada curva me levando a um abismo sem fim.

Folha verde caindo no jardim, o sol pouco a pouco a se esconder,

olhos fraquejando, querendo parar de ver…escurecendo até adormecer.

E o sonho melhor não poderia, melhor não havia

lábio doce a encostar-me, fogo ardente dentre um único afago

pele como pétala de rosa, delicada e convidativa

e tudo acaba-se em um único instante.

Era só um sonho a me atormentar a imaginação

e eu ainda estava embaixo daquela árvore…

Agora a acompanhar o amanhecer.