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Em minha alma, na sua estrada, suas cores, tua casa.

Sou eu dentre ilusões e falácias, vendo-te de longe.

Pensando apenas que tu não és como sou

e nem haveria de ser

Este sou eu, esperando-te de longe, espiando-te de longe.

Se te espero por amor ou por falta dele, não sei dizer,

mas enquanto te vejo dançar, me vejo dançar

e não costumo pensar muito em passos vazios.

Podes rir, podes caçoar-me por ser tão desconcertado,

porém na minha cidade as regras são minhas.

Não me importa qual tua sina, ou tua vontade,

serei o que sou, serei quem restou.

Apenas mais um a te querer, mas bem te quer.

Mal me quer, tu que sabes qual teu ofício,

sacrifício de agüentar o violão leve de fundo,

pois tu gostas do grave e do agudo, não do sereno.

Serei teu sereno, sujeito ameno a não esperar nada.

Vejo-te vindo em minha direção

como quem olha curiosa a um animal de estimação,

sem o interesse de adotá-lo.

Sou mais do que isso, meu amor, não mais tanto meu.

Violetas e rosas, da flor sem cheiro forte,

mas de inteira delicadeza.

És tu sereia, fonte de água que me espera em silêncio.

Quieto apenas penso o que seria a te ter.

Sou quem muito pensa e nada faz, querida.

Não espere uma só árvore caída a te impressionar.

Sou quem impressiona por apenas ser quem sou,

com defeitos, preconceitos, preceitos e lamentos.

Sou quem sente pouco e escreve muito sobre sentimentos.

Não espero mais nada da vida, nem o teu amor.

Deita-te do meu lado, que também estou confuso.

Esse é o insano, um imenso absurdo dentre livros de poesia.

Meus e teus querida. Meus e teus.