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Sinto que eu devia parar de sentir;

parar de pensar, parar minha mente um instante

e viver,

viver esse instante.

Ser amante de alguém,

não esperar nada

além de acordar,

manhã por manhã.

Sinto que eu devia parar de escrever,

mesmo que eu já não saiba mais escolher as palavras,

que meu talento esteja perdido em minhas mágoas.

Meu amor

sem palavras,

sem amor,

sem nada.

Sinto que cada dia que acordo remoendo,

perco um pouco mais pras dores que sinto.

Físicas e mentais,

concretas e perceptuais.

Não sou eu aqui,

nem eu ali.

Não sei

onde estou.

Sinto que não posso mais perder tempo,

muito menos saúde de espírito,

nem mais um amigo.

Ou me perder no caminho,

tentar encontrar um destino?

Apenas seguir,

sem chorar,

nem sorrir.

Sinto, meu talento está perdido em algum lugar,

que minha essência vai acabar por brilhar.

Serei mais que um vulto,

uma sombra

do que eu era,

do que eu sou;

diminuta,

quase muda.