Seja realidade enquanto puder ser
ser a mentira de quem já não é mais
ja não se mostra, não se faz capaz
é luz de agonia nos sonhos mortos.
Frio que habita o fundo de teus olhos
escuridão transbordando sobre tudo
e tudo já não é mais nada
apenas uma voz de um cego mudo.
Flor que brota, flor que é morta
sobrando o resto, do sucesso
da alegria que acaba e nunca volta
mas são só dez da manhã, de amanhã.
Seus olhos brilham como a noite
mas escurecem ao nascer do sol
sem sinal de vida, sem sinal…
algo que me faça sorrir.
Faça-se a vida, minha querida
nada mais faz sentido aqui
não precisaremos de pretextos
só estamos a provar o mel da vida
e o fel da eterna ferida.