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Enfim existo e nessa afirmação me perco.

Coexisto em minha mente

ou do sentimento em meu peito?

Palavras sábias, poéticas em uma lingua

que não sei falar.

Mas pra que entender agora?

Quem precisa de uma explicação

quando nem mesmo o raciocínio vale a pena?

Sou apenas ator, com o papel principal

de um filme cujo herói não morre no final.

Estou apenas fazendo cena,

mas eu sou o vilão.

Será que vou errar minha fala

quando tiver de dizer um ‘eu te amo’?

O vilão merece essa fala também, não é?

É essa epifania, é essa rotina

que faz fim do meu próprio ser.

Mas eu errei o roteiro,

não houve diretor que aprovasse meu teste.

Nem mesmo sei me interpretar,

como interpretaria outra pessoa?

Apenas sei que existo, coexisto

sou um cisto parecendo cisco.

Apenas mais uma alma

precisando de alívio.

Fim da cena.

Aplausos e rosas.