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Eu só escrevo sentimentos

jogados ao vento, ao relento.

Só escrevo melodias

das mais belas canções, harmonias

sem realidade, que me deixam sonhar.

Eu não escrevo sobre o real.

O que faz sentido, o que é…

sob alma, sob vida, morte e fé

em nenhum deus, mas esperança.

Já escrevi sobre alegria,

um sentimento maior que todos.

O amor, naquela ex harmonia

que eternamente em mim se guarda.

Já me arranquei a poesia.

Tentei ser o que não sou,

lutei contra o meu verdadeiro ser.

E agora, não sou mais nada.

Nada que sei dizer.

Eu só escrevo o desespero,

a agonia e todo aquele medo.

Só escrevo poesia

de um poeta mal feito.