Aquela noite, aquele dia…vejo-te de longe
bebendo, sorrindo, te procuro com o olhar.
Você me olha, sorri o singelo, o sincero.
Já não me resta nada nessa noite a não ser você.
Me aproximo como quem não quer nada
você faz o descaso em seu olhar
como quem não quer se envolver,
mas eu sei dizer o porquê…
Seus olhos negros tem medo de chorar,
você tem receio de se entregar.
Não importa, por hoje…Não…
Somos só nós dois no meio da multidão
e o blues que está a tocar.
O teu olhar…O teu olhar…
Beijo alcoolizado, a insanidade em teu lábio.
Amanhã não lembrarei nada desse romance,
desse romance de uma noite só.
Mas hoje me entrego e não espero nada de ti.
Nada além do prazer de teu volúpio corpo,
do prazer de tua língua, desse fogo a arder.
E o choque acontece, você me diz ‘eu te amo’.
Como posso? Como pode?
Mas agora é tarde demais…
Você já me ama, e eu já me entreguei por inteiro.
Nessa noite, nesse meio.
Amanhã vou te magoar.