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Espere um pouco, véras dança,

música com um filete de prepotência,

como se já não bastasse a ignorância.

Vai encontrar, não… Vai aprender,

que quanto mais segura em algo perpétuo

mais o perpétuo desaparece.

É o tango argentino,

é a alma melancólica

se desfazendo no ritmo lento.

Não espere fazer o que é preciso,

apenas queira fazer, sem pensar,

não se sabe onde, não se sabe o que.

É como se seus pés soltassem o chão,

mas não para voar, apenas flutuassem.

Não adiantaria correr, andar, rastejar,

porque você não iria sair do lugar.

Continue dançando ao vento, sozinho,

é um tango, argentino, lentamente cortante

a cada nota significativa.

Nenhuma palavra sairá de sua boca agora,

tentará cantar, mas nada será ouvido…

Nenhum tom, nenhum grito estridente,

apenas a melodia melancólica.

Sobrou você e o tango.

Sobrou sua alma e a dança.

Sobrou seu tempo e o fim.

Nada de sua mente confusa sobreviverá,

aprenderá apenas a dançar, flutuando.

É você, são eles, apenas um tango, meu caro.

Não há do que temer.

Ah, espere?

Você espera não dançar sozinho?

Meu amigo, é um tango argentino,

quão alegre poderia ser?